sábado, fevereiro 18, 2006

A história traçada por um visionário




Sonhador, alegre e falante. Características que fazem de José Teixeira de Rezende um cidadão arcoense cheio de histórias para contar. Por causa de uma idéia fixa, ele que foi servente de pedreiro conseguiu conquistar o sonho de ser prefeito de Arcos e o edificador do prédio mais alto da cidade, entre outras vitórias


A história de uma cidade se faz pelas pessoas que a habitam, e pelo que esses moradores fazem por este município. Viver para contar esses fatos é uma dádiva para cidadãos ativos que exerceram a cidadania em sua completude. Esse é o caso do visionário e versátil, José Teixeira de Rezende, 79, que além de ter sido vereador e prefeito de Arcos, foi o edificador do prédio mais alto da cidade, o “Oliveira Rezende”, fundador do Rotary Clube de Arcos, e também idealizador do extinto campo de aviação.
Filho do pedreiro Plácido Teixeira de Rezende e da dona de casa Francisca Bernardes de Melo Rezende, José Rezende nasceu em Calciolândia, distrito de Arcos, que na época era chamado de Vila São Miguel, no dia 04 de maio de 1926. Foi servente de pedreiro e sonhava em construir um grande edifício e ser prefeito de Arcos, para concretizar o desejo de fazer algo para o desenvolvimento de sua cidade natal. “Muitos me criticavam e diziam que eu iria morrer carregando concreto”, lembra.
José Rezende foi vereador em 1966 ate 1970, e um ano depois foi eleito pelo povo para ocupar a cadeira do Executivo. Na época eram dois anos de mandato, poucos recursos financeiros e um pequeno salário de 625 cruzeiros. Se não fosse uma empresa de tubos de concreto que possuía, Rezende conta que passaria fome com o ordenado de prefeito. O vice-prefeito era Lázaro Teixeira Arantes e corpo administrativo municipal era composto por nove secretários.
Arcos era uma cidade “jovem”, com 30 anos de emancipação político-administrativa, com cerca de 20 mil habitantes e já possuía todas as empresas que abriga hoje, com exceção da Lagos. Um dos grandes feitios da gestão de Rezende foi a luta pela reativação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que estava parada desde que adquiriu a jazida em 1956. O ex-prefeito de Arcos conta que foi um trabalho em conjunto do Executivo, Legislativo e da sociedade civil na negociação com a empresa. No início foi difícil à comunicação com os diretores da indústria. Rezende conta que foi várias vezes ao Rio de Janeiro para se reunir com a superintendência na matriz da Companhia Siderúrgica, e depois de muitas reuniões, a operacionalização da CSN foi confirmada, quando a prefeitura liberou 80 casas populares na Avenida Laura Andrade para abrigar os funcionários de baixa-renda que viriam das cidades que a empresa possuía filiais.
Segundo Rezende na última reunião que teve com o superintendente da CSN, em Arcos, o Diretor do Banco Mundial estava presente, já que a instituição financiou cerca de 300 milhões de dólares na construção da indústria.
O município nessa época alcançou uma projeção, porque a notícia de progresso e desenvolvimento econômico se espalhava por toda região Centro-Oeste de Minas Gerais. Rezende lembra que as indústrias atraíam imigrantes e que isso contribuía para uma propaganda positiva do local. A partir daí, outras empresas foram instaladas na cidade com o apoio dele, como a Agrical, a Renovadora de Arcos, que na época gerou mais de 100 empregos e o posto Xodó.
Apesar dos poucos recursos financeiros que a prefeitura obtinha na época e pelo mandato ser apenas de dois anos, Rezende ficou satisfeito com a gestão, por ter contribuído com o desenvolvimento da cidade.
A obra que mais se orgulha de ter viabilizado é o viaduto “Plácido Teixeira de Rezende”, na Avenida Presidente JK, lugar que hoje se tornou muito movimentado por ser via de acesso a PUC Minas Arcos. Ele conta que o Legislativo foi contra a construção do viaduto com a espessura de 16 metros de largura e que ele teve que liberar a obra por decreto.
Depois de do mandato concluído e de seu primeiro sonho ter sido realizado, Zé Rezende se empenhou em concretizar o segundo: a edificação do prédio “Oliveira Rezende”, nome que homenageou a própria família e a de sua esposa. Ele lembra que enfrentou vários obstáculos para realizar o anseio, desde o financiamento no Banco ate o alvará para autorização da obra. O prédio tem 30 apartamentos e 13 pavimentos, entre térreo, primeiro piso e andares, e foi inaugurado em 1980. Outra realização pessoal que Rezende teve foi a graduação em Direito pela Fadom (Faculdades do Oeste de Minas) de Divinópolis, com 64 anos.
Rezende diz que não retorna a vida política porque seu estado de saúde não permite, mas que vai continuar a lutar pelo bem comum da cidade, e que suas pretensões, atualmente, são a organização do seu acervo de fotos antigas de Arcos e a composição de uma autobiografia.

2 comentários:

Anônimo disse...

O que vou comentar aqui ñ é sobre a matéria, e sim sobre a pessoa que teve a brilhandte ideia de construir este blog, que está com um conteúdo rico e um nivél cultural explêndido, posso falar da Claudinha, até porque passamos 6 meses na facul juntos e isso serviu para que eu visse a pessoa maravilhosa que, encantadora, inteligente, linda, um anjo q cruzou o meu caminho e que me marcou, Claudinha, saiba que desejo à vc, toda a felicidade do munha e que continue assim sendo VOCÊ, unica e autentica......
AMO VC.....
1000 BJS
PAZ

de Pina disse...

Muito amor... Mas queria dizer que h´sítios mais propícios pra estas declarações mais pessoais:P
Bjinhos pra ti claudinha