segunda-feira, junho 26, 2006

Participe da terceira Exposição de Orquídeas de Arcos

A Sociedade Orquidófila de Arcos (SOAR) em parceria com a Prefeitura Municipal promoverá a 3º Exposição de Orquídeas da cidade, nos dias 01 e 02 de julho, na Casa de Cultura.
Veja a programação:


Dia 31/06 - (15h:00 às 18h:00) - Recebimento das plantas
Dia 01/07 - (09h:00 às 20h:00) - Abertura oficial e visitação pública
Dia 02/07 - (09h:00 às 15h:00) - Visitação pública
15h:00 - Entrega de prêmios
16h:00 - Encerramento oficial e retirada das plantas

Plano Diretor em pauta

Nesse sábado (24 de junho) , ocorreu no auditório da Puc Minas Arcos a segunda reunião para a elaboração do Plano Diretor do município, durante a manhã e a tarde.
É importante destacar alguns pontos interessantes que foram apresentados pela equipe técnica da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), uma das responsáveis pela elaboração do Plano, juntamente ao Núcleo Gestor e Sociedade Civil.
  • Uma prioridade do Plano é retirar as pessoas do conjunto habitacional beira Linha Férrea na Rua Tenente Florêncio Nunes, e levá-las para um lugar com condições saudáveis de moradia.
  • Pretende-se resolver o conflito entre tráfego interno e externo na BR 354.
  • O crescimento da cidade está fragmentado, isto quer dizer, que a ocupação do perímetro urbano está se distanciando muito do centro desordenadamente.
  • A estimativa populacional para 2.020 é de 42.000 habitantes, um aumento de apenas 7.000 pessoas.
  • A ocupação do espaço em Arcos está com tendência a eliminar áreas verdes. Para sanar tal problema, propõe-se criar reservas ambientais e corredores ecológicos.
  • A reocupação da fauna é automática com a criação dos corredores ecológicos.
  • Propós-se a criação de um Atlas Escolar para que os moradores entendam mais sobre o lugar em que vivem.
  • Propós-se em desviar a Linha ferroviária do perímetro urbano.
  • Criar uma faixa arbórea entrea a Linha ferroviária e a cidade, para evitar ruídos.
  • Remanejar o Centro administrativo para a área entre os bairros Floresta, Jardim Bela Vista e Planalto para otimizar o crescimento urbano.
  • Apesar da discordância de alguns arcoenses, os técnicos da UFMG afirmaram que Arcos não tem potencial turístico.

Saiba mais sobre o que é o "Plano Diretor"


A Campanha Ministério das Cidades cria movimento nacional para construir cidades includentes, democráticas e sustentáveis: a "Cidade de Todos", por meio da reforma urbana.Até outubro de 2006, 1.700 municípios brasileiros com população acima de 20 mil habitantes ou integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas precisam elaborar ou rever o Plano Diretor. De acordo com o Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257 - os prefeitos que não providenciarem o Plano Diretor vão incorrer em improbidade administrativa. Para o Ministério é importante transformar esta obrigatoriedade em oportunidade para se repensar o processo de desenvolvimento das cidades em todo o país. Transformar a elaboração do plano num processo em que a população pensa e discute a cidade onde mora, trabalha e sonha, e faz propostas para corrigir as distorções existentes no desenvolvimento do município. O Plano Diretor vai portanto definir qual é a melhor função social de cada pedaço da cidade, considerando as necessidades e especificidades econômicas, culturais, ambientais e sociais. O Plano deve ser um verdadeiro pacto sócio-territorial que de fato transforme a realidade das nossas cidades.Para apoiar os municípios e sensibilizar a sociedade da importância do assunto, o Ministério das Cidades com o apoio do Conselho das Cidades lançou em maio de 2005 a Campanha Nacional "Plano Diretor Participativo - Cidade de Todos". Desde o seu lançamento oficial, a Campanha foi desenvolvida com base na estruturação de 27 Núcleos Estaduais – 26 estados e DF - que contam com a participação de diferentes segmentos sociais e que refletem na sua composição e organização a diversidade do país.
Leia Mais:
Discurso do Presidente Lula
A história das cidades brasileiras é um pouco a história de milhões de pedreiros de fim de semana; gente que descansa batendo laje em ritmo de pagode nos domingos e feriados; gente que faz das tripas coração para transformar madeira em barraco; barraco em alvenaria, e alvenaria em abrigo, aconchego, dignidade e, portanto, num lar.
Leia mais:
Número de municípios, por estado, que precisam fazer o Plano Diretor
Acre (5), Alagoas (44), Amazonas (28), Amapá (3), Bahia (164), Ceará (88), Distrito Federal (1), Espírito Santo (32), Goiás (58), Maranhão (76), Minas Gerais (208), Mato Grosso do Sul (21), Mato Grosso (21), Pará (84), Paraíba (30), Pernambuco (96), Piauí (29), Paraná (101), Rio de Janeiro (60), Rio Grande do Norte (23), Rondônia (17), Roraima (1), Rio Grande do Sul (121), Santa Catarina (83), Sergipe (20), São Paulo (251) e Tocantins (10).

Fonte: www.cidades.gov.br

quarta-feira, junho 14, 2006

Um pouco da história do cinema em Arcos

Cine-Arcoense em 1917


E para quem pensa que em Arcos nunca houve cinema, está aí a prova documental do primeiro cine, datada em 1917. Além de exibição de filmes, o espaço era utilizado para apresentação de peças teatrais produzidas por atores da cidade.
O "Cine-teatrinho" como era chamado, na verdade, foi criado com intuito de se ter um espaço para o teatro. O idealizador e construtor do prédio foi José Guimarães, que mais tarde passou a direção do empreendimento para Pedro Honório Dias.
Em 1935, como sérios problemas financeiros, o "Cine-teatrinho" foi vendido para o médico Osório de Souza Oliveira, com o objetivo de reformar o prédio e colocá-lo em atividade. O edifício encontrava-se em estado precário com as estruturas trincadas, o maquinário com defeito e o teto prestes a desabar, mas isso não impedia que, no palco, fosse realizadas reuniões de caráter público e atividades culturais em geral.
De acordo com o livrete "Palestras e Reminescências de um amigo de Arcos", de autoria de Osório de Sousa Oliveira, umas das primeiras mudanças foi a substituição do antigo projetor chamado de Pathé, que apresentava uma péssima qualidade de imagem e uma iluminação deficiente. O maquinário foi trocado por um conjunto completo de cinema mudo.
Nessa mesma época, era comum os donos de cinema contratarem bandas de música para acompanharem os filmes e não deixar a platéria entediada.
Em 1936, esses equipamentos foram substituídos pelo cinema sonoro, de ótima qualidade e com projeção bastante clara.
Segundo o ajudante do operador de filme, Geraldo Peixoto, tudo era muito disciplinado: " durante a exibição de filmes mudos, músicos da cidade ficavam dentro do cinema para animar o público e dsifarçar os barulhos que a mudança de fita fazia".
Para adquirir os filmes, Osório criou uma sociedade com os irmãos Pedrosa, Lazinho e Zizico.
Mais tarde a sociedade foi rompida e o cinema parou, até Osório conhecer José Nascimento, um empresário que trabalhava em uma distribuidora de filmes em São João Del Rey. Ele convidou-o a incorporar o cinema à empresa.
Pouco tempo depois, Osório vendeu o cinema a José Nascimento. A administração foi passada em 1960 a José Alves Teixeira Filho, conhecido como José Laranjeira.
Naquele momento, poucas pessoas queriam trabalhar na administração do Ciné-Arcoense, pois o negócio passava por várias dificuldades e era pouco lucrativo. José Laranjeira fez uma boa reforma e instalou equipamentos importados da Holanda.
O cinema localizava-se na Praça Floriano Peixoto, onde é hoje o tele-cerveja Ligeirinho. A sala de exibição tinha capacidade para 390 pessoas. Os filmes eram adquiridos em Belo Horizonte e as exibições aconteciam, à noite, durante a semana. Aos domingos aconteciam as matinês.
Os filmes mais apresentados eram os nacionais, como o dos "Trapalhões", do "Oscarito", do "Mazzaropi", e os internacionais com Elvis Presley.
O cinema foi desativado em 1994.

Fonte: Jornal Portal - edição Fevereiro 2003 - "Antigo cinema abriga parte da história de Arcos" - Cláudia Silva, José Henrique Silva e Sônia Rodrigues

segunda-feira, junho 05, 2006

Cinema em Arcos

Não vou escrever aqui que os sábios ou algum ditado popular já diziam que uma cidade sem cinema, não há gente feliz, porque eles não disseram, embora, eu me atreva em afirmar: Um povo sem cinema é um povo triste. E por que ser tão categórica em criar esta máxima? Em uma cidade sem cinema, as pessoas não vêem filmes, conseqüentemente não comentam as preciosidades da sétima arte. Perdem, por não sonharem, por não desfrutarem a sensação misteriosa de se estar numa sala escura vendo o possível e impossível de um mundo perdido passar numa tela grande.
Pessoas que não sonham nem imaginam um mundo além do físico são tristes, são ocas.
Uma cidade sem cinema não incentiva as crianças, nem adolescentes, nem mesmo os universitários a produzirem peças audiovisuais. Em uma cidade sem cinema, as pessoas namoram menos. Não tenho estatísticas que comprovem isso, mas comecem a observar, de repente percebam algum indício que legitime as minhas afirmativas. Afinal, o cinema é uma grande mola propulsora de relacionamentos. É depois de uma exibição de um filme, que você se esbarra com alguém que está com um semblante de felicidade ou de amargura, resultado do filme, que você se revela integralmente ao comentar a película, por horas. O cinema é degustativo, muito mais do que a pipoca. Uma cidade sem cinema não tem charme, não tem glamour, muito menos festivais de cinema. Infelizmente, cada vez mais os cinemas de rua deixam de existir e mudam-se para os impérios capitalistas, os shoppings centers. As pessoas também deixam de ir ao cinema, para assistirem filmes em casa e fazerem uso dos serviços de entrega em domicílio. Isso é muito mau. Mais uma vez perdem, por não interagirem e por não conhecerem pessoas interessantes.
E Arcos, a nossa adorável cidade, de passado agrário, de futuro promissor. Ela agora tem um cinema, para embelezá-la, para alegrar seus habitantes e trazer mais sonhos àqueles que estavam com a mente cauterizada pelo pó calcário, disseminado pelas indústrias extrativas. Apesar de estar em fase experimental e com características físicas rústicas já é um ponto de encontro de quem gosta de ver filmes, e mais do que isso, desconstruí-los.
E quem diria, depois de 12 anos do fechamento do Cine-Arcoense, a cidade recebeu o presente dos deuses, nessa última sexta-feira.
Fiquem ligados, não se acomodem em suas poltronas, levantem-se para irem ao cinema, afinal ele está em fase de experimentação e vai depender da sua presença.
O Cine está localizado na Avenida Governador Valadares, próximo à trincheira.

sexta-feira, junho 02, 2006

“Tudo fala. Basta você parar e ouvir”


De tudo pode se emanar uma inspiração para arte. Os objetos, as atitudes das pessoas, a natureza, o meio ambiente em geral. Assim relata artista plástica Neuza Lima sobre o processo de criação de peças artísticas

Todos nós podemos ser artistas? Embora possa parecer um tanto pretensiosa, a pergunta procede. Levando-se em conta que a arte é uma forma de expressão, todos no decorrer da vida a desenvolve um pouco. Algumas pessoas de fato se entregam a subjetividade e desenvolvem as habilidades artísticas em sua plenitude, sem se preocuparem com as exigências da sociedade. Outras, coagidas pelas obrigações que vida as impõem seguem o caminho da objetividade.
A artista plástica de Arcos, Neuza Lima, de 48 anos, optou pelo caminho da arte, logo na adolescência, quando se dedicava, com afinco, aos trabalhos escolares, nas disciplinas que exigiam criatividade. Fez cursos de pintura ainda na juventude, e rapidamente começou a criar sozinha em casa. As tintas, as telas, tecidos, papéis, vidros e madeiras eram materiais que atraíam a atenção de Neuza para uma experimentação artística. “Quando se dá ouvido aos anseios da alma, as coisas acontecem naturalmente e tudo que nos rodeia nos leva a realização daquele desejo”, filosofa.
Em todos os segmentos da arte, seja ela, visual, gráfica ou plástica, o processo de criação é essencial. Pois, é nesse estágio que o artista absorve da realidade temas que necessitam ter visibilidade e mescla com os próprios sentimentos, dando início à peça artística.
Com Neuza, esse período não é diferente. De acordo com a artista plástica, a inspiração pode sair de qualquer lugar, basta estar atento, com os cincos sentidos aguçados para percebê-la. Ela diz que todos os materiais transmitem alguma mensagem. “Trata-se de uma percepção interna. Algo na natureza, nas atitudes das pessoas me chama atenção, então passo a desenvolver aquela idéia dentro de mim, pesquiso em livros e revistas. Depois filtro as idéias, até que o conceito fique mais forte, claro, constatado e inicio a obra”.
Ela já pintou quadros com temáticas relativas a ruas, casas, paisagens com águas, e também realizou também uma obra, composta de 17 telas chamada, a “Mulher e a Flor”, uma homenagem ao “feminino” no planeta. Neuza associou as mulheres às flores, inclusive, cada mulher representada tem o nome de uma flor, que é o mesmo da tela. Os nomes são interessantes, porque alguns são comuns, porém as pessoas não sabem que são nomes de flores, como por exemplo, Érica.
Além de pintar telas, com tintas a óleo e acrílicas, a artista realiza trabalhos de reciclagem, que engloba técnicas de decupagem (corte, colagem e montagem de figuras de papel) e de artesanato. A artista transforma caixinhas de leite em suporte de flores, canudinhos de folhas de revistas e jornais em porta-retratos e em porta-copos. Apesar da reutilização dos resíduos sólidos ser um trabalho novo e de experimentação para Neuza, ela diz que é fascinada por este segmento e acredita que todo material pode ser reaproveitado. “A versatilidade da vida está impregnada nos objetos, por isso podem ser transformados continuamente, assim como a nossa vida. Uma caixinha de leite serve para transportar o leite, mas depois de utilizada pode ser reformulada e ganhar uma outra utilidade”.
Outros trabalhos feitos pela artista são a ornamentação de vasos de cerâmica e também as pátinas, palavra que vem do italiano e quer dizer tinta sobre tinta, é uma técnica que pode ser aplicada em paredes e em móveis de madeira.
Existe um clichê na atualidade, de que nada mais é criado, mas sim copiado. A respeito disso Neuza explica que o artista não inventa uma peça, mas na verdade capta e reproduz algo que está pronto no meio ambiente.
Ela que já expôs em várias escolas de Arcos, na PUC Minas Arcos, no Unifor (Centro Universitário de Formiga), e também nas cidades de São Paulo, Presidente Prudente e Catanduva, diz que quando apresenta as telas ao público sente-se realizada. Segundo ela é o momento em que todo aquele conceito idealizado no processo de criação é comunicado ao observador. Nas palavras dela, um coração comunicando com outro.
A artista plástica é formada em Letras pelo Unifor e leciona disciplinas relacionadas à arte nas escolas particulares Cecon e Inpa, na Escola Estadual Maricota Pinto, e também ministra aulas de pintura na Casa de Cultura da cidade. Ela tem um ateliê na praça Floriano Peixoto, lugar em que pretende, em longo prazo, abrir para visitação do público.




PS: Em breve, fotos.