terça-feira, março 27, 2007

Melodia Urbana

Eis a Melodia urbana, o vendedor à esquina com o discurso decorado, rítmico
Eis os espectáculo diário, na curva, na próxima paragem
A vizinha a estender a roupa na janela e a dançar com o vento
Eis a melodia urbana: O cão a latir no andar de cima, enquanto abaixo o amigo passa e chuta a lata
E aproveita para reclamar as notícias do Jornal, mais uma greve...
O meu som de todos os dias
Entre o ar frio e o sol quente as roupas vão se alternando
A cara preta, a cara branca, a cara amarela
A língua inglesa, espanhola, italiana, francesa e a minha que é portuguesa, mas cá tem outro nome
Ouço a sinfonia cosmopolita
Levanto, de manhã, a luz laranja de Lisboa a acariciar-me cara
O vento a me limpar os poros
E o sobe-desce a me enrijecer as pernas
Onde está o segredo disto tudo?
Descubro ali naquela esquina um novo caminho, um novo beco
A saudade veio daqui, dos velhos tempos, do tempo em que o sol era verde e que a natureza era amarela
E não há nada que esconder
Mostro minhas mãos e meu número
E sigo semre em frente...
Pois, não há nada o que enganar...
Bom dia, menina...
Bom dia, senhora...