quarta-feira, junho 14, 2006

Um pouco da história do cinema em Arcos

Cine-Arcoense em 1917


E para quem pensa que em Arcos nunca houve cinema, está aí a prova documental do primeiro cine, datada em 1917. Além de exibição de filmes, o espaço era utilizado para apresentação de peças teatrais produzidas por atores da cidade.
O "Cine-teatrinho" como era chamado, na verdade, foi criado com intuito de se ter um espaço para o teatro. O idealizador e construtor do prédio foi José Guimarães, que mais tarde passou a direção do empreendimento para Pedro Honório Dias.
Em 1935, como sérios problemas financeiros, o "Cine-teatrinho" foi vendido para o médico Osório de Souza Oliveira, com o objetivo de reformar o prédio e colocá-lo em atividade. O edifício encontrava-se em estado precário com as estruturas trincadas, o maquinário com defeito e o teto prestes a desabar, mas isso não impedia que, no palco, fosse realizadas reuniões de caráter público e atividades culturais em geral.
De acordo com o livrete "Palestras e Reminescências de um amigo de Arcos", de autoria de Osório de Sousa Oliveira, umas das primeiras mudanças foi a substituição do antigo projetor chamado de Pathé, que apresentava uma péssima qualidade de imagem e uma iluminação deficiente. O maquinário foi trocado por um conjunto completo de cinema mudo.
Nessa mesma época, era comum os donos de cinema contratarem bandas de música para acompanharem os filmes e não deixar a platéria entediada.
Em 1936, esses equipamentos foram substituídos pelo cinema sonoro, de ótima qualidade e com projeção bastante clara.
Segundo o ajudante do operador de filme, Geraldo Peixoto, tudo era muito disciplinado: " durante a exibição de filmes mudos, músicos da cidade ficavam dentro do cinema para animar o público e dsifarçar os barulhos que a mudança de fita fazia".
Para adquirir os filmes, Osório criou uma sociedade com os irmãos Pedrosa, Lazinho e Zizico.
Mais tarde a sociedade foi rompida e o cinema parou, até Osório conhecer José Nascimento, um empresário que trabalhava em uma distribuidora de filmes em São João Del Rey. Ele convidou-o a incorporar o cinema à empresa.
Pouco tempo depois, Osório vendeu o cinema a José Nascimento. A administração foi passada em 1960 a José Alves Teixeira Filho, conhecido como José Laranjeira.
Naquele momento, poucas pessoas queriam trabalhar na administração do Ciné-Arcoense, pois o negócio passava por várias dificuldades e era pouco lucrativo. José Laranjeira fez uma boa reforma e instalou equipamentos importados da Holanda.
O cinema localizava-se na Praça Floriano Peixoto, onde é hoje o tele-cerveja Ligeirinho. A sala de exibição tinha capacidade para 390 pessoas. Os filmes eram adquiridos em Belo Horizonte e as exibições aconteciam, à noite, durante a semana. Aos domingos aconteciam as matinês.
Os filmes mais apresentados eram os nacionais, como o dos "Trapalhões", do "Oscarito", do "Mazzaropi", e os internacionais com Elvis Presley.
O cinema foi desativado em 1994.

Fonte: Jornal Portal - edição Fevereiro 2003 - "Antigo cinema abriga parte da história de Arcos" - Cláudia Silva, José Henrique Silva e Sônia Rodrigues

2 comentários:

Anônimo disse...

CLAUDINHA DO CÉU.. ESSE É O BLOG MAIS NOSTÁLGICO DA NET.... HUAHIhuih..

MAS TA MASSA.... C FORMATO ELE.. FICO LEGAL

Cláudia Silva disse...

Memória e história é tudo nessa vida... Nostalgia é outra coisa...